terça-feira, 7 de junho de 2011

Entre as coisas mais assustadoras que eu já conheci - Parte I

Passadas, eu e a Sandra ficamos, quando desembarcamos na Estação Central de Palermo- Sicília.
Chegamos sem eira nem beira, sem hotel para ficar, com fome, então paramos na sala de Informações Turísticas. Um senhor gordinho, sentado em sua cadeira, gentilmente nos indicou um local para ficarmos,  chamado "Hotel Oriental", que segundo ele era "estranho por fora" mas organizado, limpinho e seguuuuuro por dentro (Ele deu essa entonação fantasmagórica mesmo!). Pedi que explicasse onde ficava. Ele pegou um caneta e um pedaço de papel e nesse momento meus olhos desceram para suas mãos que desenhavam a rota e o que eu vi me deixou confusa. Ele tinha unhas longas, arredondadas, bem feitas, com verniz e tudo o mais. Consigo me lembrar que lentamente fui subindo o olhar, tentando ouvir a explicação - do hotel estranho por fora e bonito por dentro – e no meio do caminho um par de peitos grandes, voltei a descer o olhar pra me certificar se eram peitos de silicone, ou se eram grandes por ele ser gordinho. Sim, ele era gordinho. Olhei no rosto e não pude mais saber se era um senhor ou uma senhora e a explicação com uma voz de titia e os meus pensamentos começaram a se fundir e eu já não entendia mais nada. Foi quando, ao lado dos grandes peitos, vi um crachá com uma foto do seu rosto de sobrancelhas feitas, brilho labial e cabelos grisalhos e semi-longos que dizia: GIUSEPPE. Ele era ele! Saindo da estação, vimos uma cidade antiqüíssima, entramos numa rua cheia de vendedores indianos ambulantes e quando chegamos ao hotel estranho, abriu-se um portão de ferro de uns 5 metros de altura. Lá dentro uma estrutura de um castelo do século VII (isso mesmo, sete- anos 600) que já havia pertencido a um príncipe. Sem restauro, horripilante e fantasmagórico. Pensei seriamente em sair correndo daí, temendo ter caído numa teia de tráfico de órgãos, que começava pela porta de entrada de turistas desavisados (a estação central, com o senhor estranho) e terminava no castelo medieval (com a senhorinha pura, baixinha, magrinha, loirinha, com seus velhos pais dormindo sentados ao sofá da recepção) onde você dormiria tranquilamente e acordaria sem seus rins. Lembrei-me no momento em que subia as escadas macabras e desgastadas pelos séculos, do filme “O Albergue”. Caguei-me! Sandra estava exultante com a  arquitetura e quis ficar. Os quartos eram restaurados, novos e limpinhos (Ponto pro Giuseppe). Liguei a internet, me despedi da minha irmã, dizendo: “Foi bom ter sido sua irmã!” e no outro dia eu acordei. Olhei para o lençol branco e... estava branco! Olhei ao redor e não vi nenhuma banheira de gelo com a Sandra dentro e nem um bilhete escrito “Ligue para a emergência em 30 minutos que roubei seus rins”. Pegamos um ônibus e fomos direto à Catacumba dei Capuccini, ver um monte de mortos embalsamados para comemorarmos nossa sobrevivência!!! Palermo é uma cidade docemente macabra! Mas é incrível e diferentemente linda!! Recomendo a todos que adoram filmes de terror! Fiquem no Hotel Oriental e conheçam o Sr. Giuseppe!!! Lendas vivas de Palermo! Foto dele não pude fazer, mas do Castelo eu fiz!! Entrem agora no meu facebook e vejas as fotos das Catacumbas com ideias interessantes de como morrer!





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